Orlando Nicolotti, Secretário de Meio Ambiente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (FETAGRI-MT), frisou nesta quarta-feira (04.05), durante o Seminário “Biodiesel: Oportunidades e Benefícios do Uso Voluntário”, a urgente necessidade da ampliação do uso do biocombustível nas frotas do País.
Nicolotti lembrou que, se a frota Estado de São Paulo utilizasse combustíveis 100% renováveis (biodiesel), diminuiria 45 mil casos de internação por mês. “Temos que ter uma ampla visão e pontuar as discussões neste sentido. Imagina qual seria a economia dessas internações para os cofres públicos por exemplo?”, indagou.
O debate sobre o uso voluntário de biodiesel em adição ao diesel fóssil consumido pelas frotas cativas do estado, realizado na sede da FIEMT em Cuiabá, foi promovido pelo Sindicato das Indústrias de Biodiesel no Estado do Mato Grosso (Sindibio-MT), a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) e a União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (UBRABIO).
Por ser um combustível renovável produzido, principalmente, a partir do óleo de soja, o uso de biodiesel em misturas superiores à obrigatória (atualmente em 7%, o chamado B7) apresenta vantagens tanto econômicas, como socioambientais.
Reconhecendo os benefícios do estímulo à ampliação do uso deste biocombustível, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), do Ministério das Minas e Energia, autoriza, desde setembro do ano passado, o uso voluntário que pode chegar a misturas de 20% nas frotas cativas de prefeituras, governos estaduais, empresas de transporte coletivo de passageiros, companhias de coleta de lixo etc., e mesmo a 30%, no caso de transporte ferroviário, tratores e máquinas agrícolas.
Nicolotti destaca ainda que 50% da soja colhida em Mato Grosso, se fosse transformada em Biodiesel B100 (100%), abasteceria o volume anual de todo o diesel consumido no estado. Outro ponto citado pelo secretário é a lei 13.033 de 2014, que estipula o aumento da porcentagem de combustível renovado no diesel vendido, e podendo chegar ao B20 (20% na mistura) em 2030.
"Já existem 20 unidades de ônibus no transporte coletivo de Curitiba rodando com motor Volvo, usando o B100, em fase experimental, e até agora com sucesso. Temos que nos esforçar para que esta experiência se torne realidade no transporte urbano em todo o País em um futuro bem próximo", finalizou.
Outro destaque citado pelo secretário é o fato de que a emissão de CO² e componentes particulados diminuiria mais de 80% na substituição do diesel comum para o B100.